quarta-feira, 4 de março de 2009

Deitar a semente à terra


Como falei à alguns dias atrás, o sol voltou à fajã, ou melhor dito está a voltar aos poucos, ocupando cada dia mais um pedacinho de terra, e é necessário voltar a lançar a semente à terra, para que esta após uma pausa de alguns meses nos volte a dar aquilo de que necessitamos para a nossa alimentação.





Assim sendo lá vamos nós, após mais uma semana de trabalho, descer até ao nosso "paraíso" passando por este carreiro que se encontra em razoável estado de conservação, após algumas derrocadas que de vez em quando acontecem, principalmente no Inverno, mas que os "habitantes" da fajã tentam arranjar de imediato.
Ao fundo já se vêm algumas pessoas a iniciar mais um dia de trabalho.



As couves velhas são arrancadas, pois já existe um canteiro de novas prontas a serem replantadas.








Com a juda de um "macho" lavra-












se a terra nas hortas(lá em baixo chamadas de nateiros) maiores,





depois põe-se a batata, pois é essa a sementeira destinada para hoje.








nos terrenos mais pequenos, como no do Lucas ou do Trotas, que não dão para ser lavrados com a ajuda de animais, semeia-se ao alvião, que era o processo mais usado antigamente.





As batatas doces que ainda havia na terra tiveram de ser apanhadas para colocar as outras







por isso é necessário ensacá-las e carregá-las,
para trazer para fora da rocha, onde nesta altura do ano são bastante apreciadas, para comer com torresmos, ou linguiça, ou morcela, ou até mesmo para colocar numa açorda, ou numa sopa.






São horas de regressar, mas o vizinho, que teve de sair mais cedo, esqueceu-se de uma das portas abertas, é preciso ir fechá-la. Não por causa dos ladrões que felizmente não abundam por enquanto, mas principalmente porque o vento pode dar algum prejuízo.







o regresso é longo e difícil, depois de um dia de trabalho, mas vimos contentes e com certeza do dever cumprido e, principalmente descançados da cabeça.








Durante a viagem, não deixamos de olhar para trás a apreciar o nosso trabalho, e ficamos contentes ao constatarmos que há pelo menos mais três manchas castanhas, sinal de que continua a haver vida na Fajã d'Além.






A Jornada de hoje está a chegar ao fim, mas já vamos a pensar aquilo que vamos fazer no próximo fim de semana, e se Deus nos der vida e saúde sábado lá estaremos talvez a semear alhos ou a plantar cebolinho... quem sabe?... o que intessa é que nos sintamos bem.