Há quem diga, e julgo que é verdade, que na fajã d'além a terra produz e as sementeiras vêm sempre bonitas e fortes. Uns apontam muitas causas para tal, como por exemplo: o micro clima,
a água em abundância, o facto de não dar sol todo o ano na fajã(proporcionando a terra descançar durante alguns meses), etc. Contudo uma coisa tenh0 a certeza, para colher é preciso semear e como um dos nossos amigos costuma dizer "não basta lançar a semente à terra".

É pois nesse sentido que venho aqui deixar mais alguns testemunhos de um dia passado na fajã, desta feita a trabalhar.

Como sempre, quando é necessário fazer algo que necessite de mais mão de obra, juntam-se os amigos e toca a "trabalhar". Coloquei o trabalhar entre aspas porque para muitos trata-se mais de um dia para relaxar.
E quando toca a reunir, nem faltam os burros. Neste caso trata-se do macho do Chico(pertencente ao Chico).


Começa-se por rapar a monda, depois com a ajuda do animal e um arado lavram-se os regos e com alviões e enchadas fazem-se os valados.

Depois separa-se e prepara-se a planta que será plantada à coveta no cimo dos valados em duas filas, nunca esquecendo de colocar um pouco de água em cada planta.
Agora é deixar que as plantas peguem e cresçam, e daqui a alguns tempos se necessário mondar algumas ervas daninhas que entretanto tenham aparecido.
Terminada a jorna, são horas de retemperar forças, pois ninguém vem para a fajã para se matar a "trabalhar".


- Olha parece que, para além de outras coisas, temos feijão assado no forno, e também parece-me ver lá algumas batatas a assar(devem ser as do ano passado porque as deste ano ainda não tiveram tempo).

Pelos vistos parece que temos mais um lauto banquete. Julgo que até estou avistando algumas conchas!

E assim se passa mais um dia na fajã d'além, onde quase todos fazem por se ajudar uns aos outros sem esperar receber algo em troca a não ser este ambiente quase familiar e esta alegre e sã camaradagem.

E assim se passa mais um dia na fajã d'além, onde quase todos fazem por se ajudar uns aos outros sem esperar receber algo em troca a não ser este ambiente quase familiar e esta alegre e sã camaradagem.
Para muitos isto pode não dizer nada ou até parecer, como alguns já disseram, uma malha de tarraços que se vêm embebedar para aqui, mas para nós que gostamos mesmo a sério da fajã isto faz parte da nossa vida, e uns dias sem ali poder ir já nos começam a fazer muita falta.
Até breve...
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